Desde o início da invasão russa à Ucrânia, em fevereiro de 2022, mais de 20 mil crianças foram retiradas de suas famílias e levadas para a Rússia ou para territórios ocupados, sem o consentimento dos responsáveis.
A Ucrânia classifica esses atos como crimes de guerra que atendem aos critérios de genocídio da ONU, devido à tentativa de apagamento da identidade ucraniana através da reeducação e imposição de patriotismo russo. Apesar da captura, russos alegam que as crianças foram transferidas para segurança em meio ao conflito, mas os relatos indicam que muitas foram forçadas a adotar valores culturais e políticos russos.
Nesse contexto, o Catar tem desempenhado um papel mediador significativo. Desde 2022, o país facilitou diversos acordos humanitários, incluindo a recente devolução de seis meninos e uma menina, com idades entre 6 e 16 anos, para seus familiares na Ucrânia. Essas negociações ocorreram em colaboração com as partes envolvidas e enfatizaram a segurança das crianças durante o retorno. No total, várias ações de reunificação foram concretizadas sob a intermediação do Catar, destacando a importância da diplomacia humanitária no conflito.
A comunidade internacional continua pressionando para que todas as crianças retiradas ilegalmente sejam devolvidas, enquanto o Tribunal Penal Internacional emitiu mandados de prisão para Vladimir Putin e Maria Lvova-Belova, comissária de direitos das crianças da Rússia, pelo envolvimento nesses deslocamentos forçados. Essas ações refletem a urgência de proteger os direitos fundamentais das crianças e de responsabilizar os culpados por violações dos direitos humanos durante a guerra. No entanto, a Rússia classifica os mandados como “ultrajantes e inaceitáveis”.