Nesta quarta-feira (04/12), entrou em vigor um tratado de defesa mútua entre a Coreia do Norte e a Rússia, sinalizando uma intensificação de suas relações estratégicas. O acordo, descrito como um “Tratado de Parceria Estratégica Abrangente”, foi assinado por Kim Jong Un e Vladimir Putin. Nesse viés, prevê assistência militar imediata e integral caso um dos países seja atacado. Além disso, o tratado inclui um compromisso conjunto para resistir a sanções ocidentais, evidenciando a convergência de interesses entre os dois governos.
A oficialização ocorre em meio a alegações dos EUA e da Coreia do Sul de que Pyongyang enviou mais de 10 mil soldados para apoiar Moscou no conflito ucraniano, exacerbando as preocupações internacionais.
Segundo a agência de estatal norte-coreana KCNA, o tratado simboliza uma “força motriz” para “acelerar o estabelecimento de uma ordem mundial multipolar, independente e justa“, rejeitando o domínio e a hegemonia ocidentais. Além do suporte militar, os dois países planejam cooperação em áreas como energia nuclear pacífica, comércio e segurança alimentar.
Especialistas temem que a parceria resulte na transferência de tecnologia militar avançada, reforçando os programas nucleares e de mísseis da Coreia do Norte.
Ambos os países enfrentam sanções da ONU: Moscou pelo conflito na Ucrânia e Pyongyang por seu programa nuclear. A colaboração estreita entre eles pode dificultar esforços diplomáticos para conter a escalada de tensões globais.
Impactos Globais
O tratado reforça os alinhamentos entre potências que desafiam a liderança ocidental, possivelmente ampliando a polarização global. A participação ativa de tropas norte-coreanas na guerra da Ucrânia pode prolongar o conflito, enquanto a troca de recursos militares aumenta os riscos para aliados como os EUA e a Europa. Observadores alertam que o tratado também fortalece um bloco de países isolados, complicando esforços de mediação internacional.